Briga entre apoiadores de Bolsonaro e Lula termina em morte

Segurança

Homicídio aconteceu em propriedade rural de Mato Grosso; suspeito confessou o crime e relatou à polícia discussão política

Um homem de 42 anos foi assassinado na noite de quarta-feira (7)  com golpes de faca e machado durante uma discussão por questões políticas em uma chácara em Agrovila, na zona rural de Confresa, município a 1.160 quilômetros da capital Cuiabá, no Mato Grosso.

Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, era apoiador do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O autor do crime, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, é apoiador do atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). As informações são da Polícia Civil.

Victor Donizete de Oliveira Pereira, delegado da Polícia Civil em Confresa, afirmou que os homens estavam sozinhos na propriedade rural quando começou uma “discussão por motivos políticos”. “A vítima estava defendendo o Lula e, o autor disse que estava defendendo o Bolsonaro”, acrescentou.

Cardoso deu um primeiro soco no assassino, que devolveu. A vítima então pegou uma faca para atacar Rafael, que tomou para si a arma branca, o perseguiu e depois o atacou com ela.

Com Cardoso no chão, o assassino o golpeou pelo menos 15 vezes. De acordo com a polícia, Rafael pegou um machado e atingiu Cardoso no pescoço. Ele então tentou esconder as armas e fugiu, segundo Oliveira Pereira.

A polícia deteve o autor do crime assim que ele deu entrada em um hospital para receber atendimento médico. Ele foi preso em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e motivo cruel e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.  Os policiais encontraram a faca e o machado.

Ao R7, o delegado Victor Oliveira, chefe da delegacia da cidade de 32 mil habitantes, explicou que os dois eram colegas de trabalho e se conheciam havia poucos dias. Ambos atuavam em uma fazenda cortando lenha. A vítima, de 42 anos, trabalhava e morava no local havia mais tempo, já o suspeito estava no local havia dois dias, segundo o delegado.

Para o delegado, apesar do motivo da discussão, o homicídio não seria uma violência política. “Ele [suspeito] não era fanático, nem participou do 7 de setembro. Eles teriam discutido por qualquer motivo”, disse. De acordo com ele, o suspeito será indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel.

Eleições

O Brasil vive sua campanha eleitoral mais polarizada em décadas antes das eleições de 2 de outubro, nas quais, Bolsonaro buscará a reeleição e Lula lidera as pesquisas.

O esquerdista mantém 45% das intenções de voto, frente de 32% do presidente, segundo pesquisa Datafolha de 2 de setembro.

Diante do clima de tensão, a polícia reforçou o esquema de segurança. Tanto Bolsonaro quanto Lula apareceram em comícios usando coletes à prova de balas e evitaram contato próximo com apoiadores.

Em outro caso de violência política, em 9 de julho, Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, foi morto a tiros em sua festa de 50 anos, em Foz do Iguaçu. O assassino disparou aos gritos de “Aqui é Bolsonaro”. Arruda havia decorado sua festa com fotos do líder de esquerda.