Condenado a 329 anos: Justiça decide destino do autor da chacina na creche de SC

Segurança

Depois de dois intensos dias de julgamento, a tragédia que abalou Saudades em 2021 chega a um desfecho jurídico

O Fórum de Pinhalzinho foi palco de um dos Tribunais do Júri mais marcantes e esperados da história recente de Santa Catarina. Ao longo de dois intensos dias, o olhar atento da nação se manteve fixo nas deliberações que culminaram, às 20h32 da quinta-feira, dia 10, na sentença definitiva para o autor da terrível chacina da creche de Saudades: uma condenação de 329 anos e quatro meses em regime fechado.

O veredicto sancionou o autor pelos cinco homicídios triplamente qualificados, que vitimaram três crianças inocentes e duas mulheres, além de 14 tentativas de homicídios qualificados. O Conselho de Sentença, com ponderação e firmeza, acolheu todas as teses da denúncia.

Uma sobrevivente, que, por razões pessoais, escolheu permanecer no anonimato, externou sua gratidão ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC): “Fomos muito bem representados nesse dia tão difícil. Nossa gratidão aos Promotores por trabalharem por nós”.

O Ministério Público, representado pelos Promotores de Justiça Douglas Dellazari e Júlio André Locatelli, mostrou-se incansável desde o dia do horror em maio de 2021. Desde a prisão em flagrante, seguindo por todo o processo judicial, até o tão esperado Tribunal do Júri.

Em um momento crucial do julgamento, Bruno Poerschke Vieira, responsável pela comarca, pontuou a magnitude do veredicto em um cenário social mais amplo: “Precisamos estancar essa ferida para que fatos como esse não voltem a acontecer”. Fabrício Nunes, por sua vez, emocionou a todos ao trazer à tona a dor da perda: “A pior dor do mundo é perder um filho.”

A equipe de acusação, composta por quatro Promotores de Justiça, desvelou ao júri a frieza calculista do réu, que planejou os terríveis crimes durante quase um ano.

Prezando pela integridade de todos envolvidos, um esquema de segurança rigoroso esteve ativo durante o julgamento. Agentes especializados da Coordenaria de Inteligência e Segurança Institucional (CISI) asseguraram a ordem do começo ao fim.

O réu, após o veredicto, foi encaminhado de volta ao Presídio Regional de Chapecó.

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