Afirmou, ainda, “que todos os programas de cunho público estão sendo reavaliados, bem como a concessão de microcrédito”.
A nova presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Rita Serrano, disse nesta 5ª feira (12) em entrevista a jornalistas, que será suspenso o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil em decorrência dos juros altos e de uma ampla revisão dos contratos a ser realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
“Nós estamos suspendendo o consignado do Auxílio Brasil por duas razões: a 1ª é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro. Não é de bom tom que a gente mantenha, porque não sabemos quem ficará nesse cadastro. E a outra razão é que os juros consignados para essa modalidade são muito altos”, afirmou a nova presidente da CEF
Sobre perdão aos devedores, “a Caixa não trabalha com essa perspectiva”, pontuou Serrano. Afirmou, ainda, “que todos os programas de cunho público estão sendo reavaliados, bem como a concessão de microcrédito”. Mencionou um futuro programa, “Desenrola”, que permitirá a renegociação do crédito consignado: “Esse desenho ainda não está pronto. Estamos discutindo várias hipóteses. Acredito, pelo ritmo que está indo, talvez até o começo de fevereiro o Ministério da Fazenda tenha um desenho disso”.
O consignado do Auxílio Brasil foi criado por meio de uma medida provisória, que recebeu o aval do Congresso Nacional e foi sancionada. Para as famílias que recebiam o benefício, ficou permitido autorizar a União que descontasse as parcelas dos empréstimos dos repasses mensais do programa.
Na época em que o consignado foi criado, os bancos demonstraram preocupação com um possível aumento no endividamento das famílias, que já se encontravam em situação de vulnerabilidade.
Segundo dados do governo federal, até novembro do ano passado, foram feitos mais de 3,4 milhões de empréstimos, número que corresponde a cerca de 16,5% do total de beneficiários do Auxílio Brasil.