Grávida perde bebê após ser baleada em tentativa de feminicídio em Itajaí, diz polícia

Segurança

Mulher, de 33 anos, segue internada no hospital. Homem de capacete invadiu casa e baleou gestante.

Uma grávida de 8 meses foi baleada duas vezes na noite de domingo (16) em Itajaí, no Litoral Norte catarinense. Segundo o delegado Eduardo Ferraz, o bebê morreu e a mulher seguia internada em estado grave até o final da tarde desta segunda-feira (17).

Testemunhas disseram à Polícia Militar que um homem de capacete invadiu a casa onde ela estava e deu os tiros.

Tiros

A PM foi chamada por volta das 20h. O crime ocorreu no Bairro Fazenda. Ao chegarem a casa, os policiais encontraram a grávida sendo socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que depois a levou ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.

Uma mulher de 40 anos que é irmã da vítima disse à PM após o crime que estava em casa com a família quando um homem de capacete invadiu a residência perguntando pela grávida.

Projétil encontrado na casa onde grávida foi baleada em Itajaí — Foto: Polícia Militar/Divulgação

Projétil encontrado na casa onde grávida foi baleada em Itajaí — Foto: Polícia Militar/Divulgação

Ninguém respondeu e ele mandou que todos se deitassem no chão. Em seguida, atirou duas vezes na vítima, que foi atingida na costela e de raspão no pescoço.

A irmã também disse à PM que a grávida, antes de ser levada ao hospital, afirmou que o homem de capacete só poderia ter sido mandado pelo ex-companheiro dela.

Depois do crime, o autor dos disparos fugiu do local. Vizinhos disseram à PM que ouviram os tiros, foram para a rua e viram um homem de capacete fugindo em uma moto prata, mas que não foi possível ver a placa do veículo.

Na casa, os policiais encontraram dois projéteis de revólver. As polícias Científica e Civil estiveram no local para investigação. O caso é apurado pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí.

Suspeitas

No hospital, a grávida confirmou à PM a história relatada pelos familiares e disse que não reconheceu o homem que atirou, apesar de ele estar com a viseira do capacete levantada.

Ela afirmou à PM que desconfia do ex-companheiro. Ela já tinha registrado um boletim de ocorrência contra ele e tem medida protetiva de 2020. Disse também que o término do relacionamento foi violento.

Ela relatou ainda ter receio que ele pudesse tentar matá-la, já que o ex-companheiro tem amigos em comum com o pai do bebê. A grávida declarou que estava com data de parto marcada para fim de outubro.

O ex-companheiro dela e o pai do pai não estavam na casa. Neste mês de outubro, a grávida já havia registrado um boletim de ocorrência para atualizar o endereço e pediu nova ordem de restrição contra o ex-companheiro, informou a PM.

Por Joana Caldas, g1 SC