Guarda abre caminho em congestionamento e ajuda a levar menino desacordado a hospital em SC

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Menino de dois anos tem nanismo e hidrocefalia. Cauê chegou ao Hospital Infantil desacordado e foi atendido prontamente pela equipe médica.

Um guarda municipal de Florianópolis chamou a atenção nesta semana após protagonizar uma cena pouco comum. Charles da Rosa Perfeito abriu caminho, em meio ao congestionamento da ponte Pedro Ivo Campos, de acesso à Ilha de Santa Catarina, para passagem de uma família que levava um menino com nanismo, de 2 anos, que estava desacordado e precisava de atendimento médico urgente.

Perfeito é conhecido na cidade por acenar aos motoristas que passam pelo trecho. Dessa vez, o gesto de gentileza foi destinado a Cauê, que havia passado mal pela manhã. A síndrome causou na criança também hidrocefalia.

“Eu estava tomando café da manhã, pronto pra começar o dia. Ele tomou o leite dele, assim que tomou, virou para o lado e vomitou tudo que tinha tomado e apagou. Simplesmente apagou”, lembra o pai, Alexandre Schmitz.

Ele e a esposa, Ana Paula Cazarré, correram com o filho desacordado para o carro e saíram em direção ao Hospital Infantil Joana Gusmão, na Capital. A família mora em São José, na Grande Florianópolis.

Na Ponte Pedro Ivo Campos, via que dá acesso à Ilha, o trânsito estava congestionado. “Eu parei o carro e pedi socorro. Prontamente ele pulou na moto, passou o rádio e disse: ‘vem atrás'”, relata.

Imediatamente, o guarda municipal acionou colegas, que se mobilizaram para abrir o trânsito até o hospital. Com a moto na frente do veículo que levava Cauê, eles entraram na ilha.

“Ele disse que queria ir para o Hospital Infantil, eu acionei as viaturas que estavam na proximidade e a gente faz o deslocamento em situação de emergência”, relembra Charles.

De acordo com a Guarda Municipal, os agentes foram revezando para trancar cruzamentos e semáforos até chegar à unidade.

Situação grave

Cauê entrou no Hospital Infantil desacordado, nos braços do pai, que conta que a equipe médica o atendeu prontamente. O menino precisou passar por uma revisão na válvula que libera a pressão no cérebro.

De acordo com Melina Moré, neurocirurgiã, a criança corria risco de morte. Ela destaca que o deslocamento rápido foi fundamental para evitar danos cerebrais.

“Uma vez a válvula não funcionando, a criança acaba desenvolvendo hipertensão intracraniana, podendo levar a sequelas neurológicas, como crises convulsivas, paralisia de alguma parte do corpo, cegueira permanente, coma e morte”, pontua.

Alexandre destacou a importância de atos de gentileza. “Nessa hora a gente não é nada. Dependemos completamente de outras pessoas. Conseguimos vencer mais essa, é esse o sentimento que a gente consegue passar”, reforçou o pai de Cauê, agradecido.