Para o médico paranaense, Willian Kondo, especialista na área, além
de profissionais qualificados, o procedimento exige um hospital adequado
Três mulheres, duas com endometriose profunda e uma com cerclagem laparoscópica, passaram nesta sexta-feira (2) por cirurgias no Hospital Unimed Tubarão, tendo a frente o renomado ginecologista paranaense William Kondo que atua na área de cirurgia minimamente invasiva ginecológica, e o ginecologista tubaronense Leandro Gugel. Para o doutor Kondo, além dos profissionais médicos qualificados, realizar esse tipo de procedimento também exige um hospital adequado e equipes de trabalho bem treinadas.
A primeira paciente a se submeter a cirurgia nessa sexta-feira, tem o desejo gestacional. É portadora de uma endometriose que acometeu o ovário que está com o tamanho gestacional de 5/6 meses, mais lesão em intestino (reto) e múltiplos miomas. A paciente tem um quadro clínico de dor intensa na menstruação e fora deste período, além da dificuldade de ter relação e dor evacuatória. “A cirurgia tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da paciente e auxiliar no tratamento da fertilidade”, acentua o Dr. Leandro Gugel.
A segunda paciente está no climatério de transição para menopausa. “Ela apresenta múltiplas lesões no intestino, além de sangramento profundo no útero, associado a uma endometriose do músculo do útero”, ressalta o médico do Hospital Unimed Tubarão.
Explica o ginecologista que, como o tratamento clínico não funciona, a cirurgia de endometriose é a opção de tratamento. Diz que, se preconiza sempre o tratamento clínico, com a cirurgia se fazendo necessária quando a dor não consegue ser tratada clinicamente ou a paciente tem risco de obstruir um órgão importante, como o intestino.
O terceiro caso, segundo o Dr. Willian Kondo, é de uma paciente que passou por uma cirurgia oncológica e retirou parte do colo do útero e apresentou cura do câncer. Segundo o médico, a paciente tem vontade de engravidar. Como o colo do útero fica mais curto, nessa situação o procedimento cirúrgico por laparoscopia é o recurso para melhorar o resultado obstétrico durante a gestação.
A endometriose profunda que pode se manifestar com diferentes características e, é relativamente frequente na população feminina, compromete em torno de 10% das mulheres. Mas nem todas, segundo o especialista Willian Kondo, tem indicação de cirurgia.
Uma das consequências da endometriose profunda é a infertilidade feminina. A doença pode afetar a qualidade dos óvulos e a fertilização, distorcer ou obstruir as tubas uterinas, entre outras alterações nas funções reprodutivas. Além da infertilidade, os sintomas intensos impactam negativamente a vida da portadora, chegando a interferir em suas atividades habituais durante o período menstrual, incluindo o laboral.