Em conversa com a Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (19), Moro atribuiu a decisão ao atual clima político do Brasil.
O senador Sergio Moro (União-PR) apontou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) como responsáveis pela revogação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), como decidido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em conversa com a Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (19), Moro atribuiu a decisão ao atual clima político do Brasil.
Segundo o ex-ministro da Justiça, “O PT e o governo são, em última instância, os arquitetos dessa atmosfera de contínua polarização no país”. Embora Moro reconheça o papel do TSE na aplicação da lei, ele criticou a interpretação do tribunal, chamando-a de errônea e prejudicial ao país.
Moro sugeriu que a decisão da corte abre precedentes para uma maior perseguição política, com o país e o cenário político pagando o preço. Ele expressou a esperança de que tanto o TSE quanto o STF possam reconsiderar a cassação de Dallagnol.
Questionado sobre a possível manipulação da situação pelo PT e seus aliados, Moro optou por não especular, dada a ausência de informações concretas. Contudo, ele observou que vários políticos, incluindo Aécio Neves (PSDB-MG), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Maria do Rosário (PT-RS) e o senador Humberto Costa (PT-PE), pareciam celebrar a decisão.
Moro destacou que a atual situação política não pode ser ignorada e se mostra caracterizada pela perseguição à oposição. Em suas palavras, “Lula e seu governo têm alimentado um discurso que só serve para incitar a divisão, em vez de pacificar o país”. Apesar do revés sofrido por Dallagnol, Moro afirmou estar seguro em relação ao seu próprio mandato, lembrando que o TSE havia validado sua candidatura por unanimidade no ano anterior.