Padrasto e mãe de criança de um ano são indiciados por estupro

Segurança

Eles vão responder pelo crime de estupro de vulnerável, com pena de até 15 anos de prisão.

A Polícia Civil, por meio da Delegação de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) concluiu as investigações sobre o estupro de uma menina de um ano na cidade de Laguna. O padrasto e a mãe da vítima, de 27 e 30 anos, respectivamente, foram indiciados pelo crime de estupro de vulnerável. Se condenados, ambos podem pegar de oito a 15 anos de prisão, podendo a pena ser aumentada por conta do parentesco com a criança e pela prática do crime em duas pessoas.

Os suspeitos mantinham uma relação de dois meses. O padrasto está preso preventivamente no Presídio de Laguna desde o dia 21 de abril, quando o estupro chegou ao conhecimento da Polícia Civil. A mãe da criança foi presa preventivamente no dia 27 do mesmo mês, tendo sua prisão convertida para domiciliar depois de audiência de custódia.

Polícia Civil detalha o crime

O caso veio à tona depois do Hospital de Laguna comunicar para a polícia que durante a madrugada do dia 21 de abril, Feriado de Tiradentes, uma mulher levou a sua filha até a unidade para receber atendimento. A equipe do hospital concluiu que a criança foi estuprada e, ao ser informada sobre o assunto, a mãe fugiu com a bebê.

A mulher, então, procurou atendimento no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina (HMISC), em Criciúma, sendo também confirmada a suspeita de crime sexual. A perícia apontou que a vítima teve lesões vaginal e anal graves, sendo necessária a realização de procedimento cirúrgico. As investigações apontaram ainda que após fugir do hospital de Laguna, a mãe da menina retornou para casa e só foi até o HMISC seis horas depois, deixando a menina sem o atendimento adequado. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o padrasto em nenhum momento acompanhou a mãe e a criança nos hospitais.

No mesmo dia que a criança deu entrada no hospital de Criciúma, os policiais conseguiram identificar o local onde o estupro teria ocorrido, a residência do casal, e apontar o padastro como suspeito. A cena do crime já havia sido alterada, mas a Polícia Científica conseguiu coletar vestígios, confirmado o estupro.

Ao longo do inquérito policial para elucidar o crime foram ouvidas 13 pessoas, colhidos os prontuários médicos da criança e requisitadas perícias. As investigações concluíram que a violência contra a criança ocorreu no horário entre 18 horas e 23 horas, quando somente a mãe e o padrasto estavam no apartamento onde tudo ocorreu.

“A atrocidade cometida contra a criança foi tamanha que demandou extremo profissionalismo dos policiais envolvidos, para que o caso não nos atingisse pessoalmente. Além disso, todo o entorno que envolve o crime, a proteção de um ao outro em seus interrogatórios, e a tentativa de se esquivar da suspeita médica, levando a criança para longe do distrito da culpa, transpareceram a participação de ambos nessa atrocidade, o que permitiu o indiciamento dos dois”, destacou o delegado William Testoni, responsável pelas investigações.

No último sábado, a Polícia Civil encerrou o procedimento e concluiu pelo indiciamento do padrasto e da mãe. O procedimento, no mesmo dia, foi encaminhando ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para análise. A menina já recebeu alta hospitalar e a guarda dela está com o pai.