Uma suposta doação de carne estragada publicada por uma das criadoras do “Alimentando Necessidades” chamou a atenção nas redes sociais e o caso viralizou.
A Polícia Civil informou nesta quarta-feira (28) que iniciou uma investigação para apurar um suposto golpe e crime de estelionato via redes sociais de um projeto social que pede doações via PIX para aquisição de marmitas para pessoas necessitadas em Blumenau, no Vale do Itajaí.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais após suposta doação de carne estragada ser publicada por uma das criadoras do “Alimentando Necessidades”. A publicação chamou a atenção nas redes sociais e o caso viralizou nos últimos dias com internautas falando sobre o caso usando o termo “marmitagate”.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) detalhou que o órgão recebeu duas representações, porém o contexto das denúncias ainda não foi detalhado.
De acordo com a Polícia Civil, ainda não há estimativas do total de pessoas supostamente lesadas. Em nota, o órgão informou que o modus operandi do grupo investigado “consistia em pedir quantias em dinheiro, que seriam destinadas à compra de alimentos para pessoas necessitadas, mas os valores seriam desviados para benefícios próprios”.
A Polícia Civil orientou, ainda, as pessoas a buscarem se certificar da veracidade e da efetividade das entidades que solicitam doações.
Após a informação da investigação, a reportagem entrou em contato com Eduarda Poleza, jovem que se identifica nas redes sociais como responsável pelo projeto. Não houve retorno.
Na terça-feira (27), o g1 SC já havia questionado Eduarda após a polícia Civil ter informado que estava apurando as denúncias, após várias suspeitas de fraudes. Em resposta, disse que não havia sido notificada.
“Não fomos notificados ainda. Eu tô muito tranquila, acredito que quem não deve não teme, a respeito dos diversos crimes de calúnia, difamação e danos morais, com certeza medidas serão tomadas. pessoas tiram a própria vida por causa disso”. disse.
O que dizem os órgãos?
O Ministério Público disse que recebeu duas representações e que o caso será tratado pelo promotor Guilherme Schmitt, titular da 2ª Promotoria.
A prefeitura e a Assistência Social de Blumenau, também foram procuradas e informaram que não havia nenhuma denúncia recebida ou apuração aberta para identificar a veracidade do projeto.
Segundo assessoria da prefeitura, a ONG não é cadastrada na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes) e nem recebe recursos junto à prefeitura.
A Arquidiocese de Blumenau, por meio do padre Raul Kestering, que assessora as entidades, respondeu também que não tem conhecimento do “Alimentando Necessidades” no município.
Por Caroline Borges e John Pacheco, g1 SC