Caio Tokarski está preso desde 14 de fevereiro
Um pedido da defesa do vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarski, que está preso desde fevereiro na operação Mensageiro, gerou um mal-estar nos bastidores. Os advogados solicitaram que ele fosse levado para uma unidade da Polícia Militar (PM-SC) em um espaço chamado de Sala do Estado-Maior por conta da formação dele, que é advogado. No entanto, a corporação não disponibiliza mais estas salas, mesmo que, inicialmente, o comandante da PM em Tubarão tenha sinalizado no sentido contrário. Em decisão da desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, relatora da Mensageiro no TJ-SC, ela negou o pedido da defesa do vice-prefeito, e ainda destacou que ele está recolhido em uma cela especial na Penitenciária de Itajaí. Dentro do espaço, entre outros itens, há televisão e ventilador, conforme descrito pela magistrada (veja imagens acima que estão em despacho judicial). A coluna teve acesso com exclusividade a este documento.
A discussão sobre a transferência de Tokarski para uma unidade da PM começou dias depois da prisão dele, em 14 de fevereiro deste ano. Inicialmente, o comando da corporação em Tubarão disse que havia a possibilidade de recebê-lo numa Sala do Estado-Maior. No dia seguinte, porém, o comando mudou de opinião. A Corregedoria da PM-SC também afirmou que a transferência não poderia ocorrer.
Diante deste impasse, a desembargadora Cinthia pediu que o Comando-Geral da PM explique a situação e relate se há espaços de Estado-Maior disponíveis nos batalhões catarinenses. Em contrapartida, ao negar o pedido da defesa do vice-prefeito, nesta quarta-feira (8), a magistrada destacou detalhes sobre o local onde atualmente ele está detido: “Feitas estas digressões, e agora sobre as condições do local de prisão do denunciado, o diretor do estabelecimento penal de Itajaí, Sr. Luciano Carlos da Silva oficiou o Diretor Geral do Departamento de Polícia Penal, informando que Caio Cesar Tokarski encontra-se ‘alocado em cela especial individual e sozinho, a qual contém pátio para banho de sol, banheiro privativo com chuveiro quente, lavatório e assento sanitário, cama, mesa, ventilador e televisão. Ademais, é
disponibilizado cobertor e itens de higiene’”.
A desembargadora, por fim, destaca: “As fotos falam por si sobre o elevado nível de higiene e salubridade do local em que se encontra e que, provavelmente, seriam de desejo da maioria esmagadora da massa carcerária deste país. Nesse sentido, há muito tempo já se consolidou que não há constrangimento ilegal na mantença de preso com direito à cela especial que, embora não em Sala de Estado Maior, encontra-se em instalações condignas com o respectivo grau”.
A defesa de Tokarski alegou que ele está “sem qualquer acesso aos medicamentos necessários à sua manutenção física e psíquica. Isso porque o investigado sofre de diverticulite, inclusive já passou por procedimento operatório no ano de 2021 para remoção de parte do intestino em razão dessa situação”. A desembargadora, porém, rechaçou os argumentos ao afirmar que o vice-prefeito recebe o atendimento médico necessário na unidade prisional. Na mesma cela onde Tokarski está recolhido, ficou Antonio Ceron, prefeito de Lages, que também foi preso na Mensageiro. Por questões de saúde, Ceron está em prisão domiciliar.
Além disto, ao negar a Sala de Estado-Maior para o vice-prefeito, a magistrada disse que ele está com o registro suspenso junto à OAB, o que o retira do grupo que teria direito ao espaço.
FONTE NSC TOTAL POR Ânderson Silva