Sergei Lavrov disse que líder russo “não recusaria” reunião com presidente dos Estados Unidos para discutir guerra na Ucrânia. Fala acontece um dia depois do maior ataque aéreo da Rússia desde o início da guerra, em Kiev.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira (11) que a Rússia não recusaria uma reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma próxima reunião do G20 e que consideraria a proposta se a receber.
Falando na televisão estatal, Lavrov disse que a Rússia estaria disposta a “ouvir quaisquer sugestões sobre conversações de paz”, mas que ele não poderia dizer antecipadamente qual seria o desfecho do diálogo em termos práticos.
Os Estados Unidos não haviam respondido a fala do chanceler russo até a última atualização desta notícia.
Ainda assim, a fala sinaliza uma postura de diálogo por parte de Moscou, que, segundo serviços de inteligência do Ocidente, vem perdendo terreno na Ucrânia.
Em setembro, o governo ucraniano anunciou um ambicioso plano de retomada de diversas regiões em território ucraniano invadidas por Moscou. Com a ajuda militar e estratégica de países do Ocidente, o governo ucraniano afirmou ter reconquistado cerca de 10% das áreas ocupadas por tropas russas.
Também nesta terça-feira, um dia após um dos piores ataques russos a Kiev, a Ucrânia anunciou novos bombardeios a cidades estratégicas do país. Mísseis foram lançados contra Lviv – que fica próxima à fronteira com a Polônia – e Zaporizhzhia, onde fica a maior usina nuclear da Europa.
Por conta da nova ofensiva de Moscou, líderes do G7 – o clube das nações mais ricas do mundo, que recentemente excluiu a Rússia – anunciaram uma cúpula virtual de emergência, que acontecerá nesta terça-feira com a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Apesar da fala do chanceler russo, o Kremlin tem adotado uma postura agressiva e de contra-ofensiva. Há duas semanas, Vladimir Putin, fez um pronunciamento à nação pela TV anunciando a convocação de cerca de 300 mil reservistas no país inteiro, o que gerou uma grande onda de fuga de jovens russos.
Dias depois, quatro regiões da Ucrânia – Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk – foram submetidas a um referendo organizado e realizado por Moscou sobre se os cidadãos locais queriam se separar da Ucrânia e se anexar à Rússia.
Putin anunciou vitória na consulta pública e, há duas semanas, assinou a anexação dos quatro territórios em uma cerimônia transmitida por telões em Moscou. A ONU e a comunidade internacional não reconhecem a anexação.
Por Reuters – 11/10/2022 08h14