O ex-ministro supera o deputado federal Paulo Martins (PSDB) e o senador Álvaro Dias (Podemos), que perde a cadeira no Legislativo pela primeira vez desde 1999
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) foi eleito neste domingo (2) para ocupar uma cadeira no Senado Federal pelo estado do Paraná nos próximos oito anos.
Com 95,74% das urnas apuradas, Moro soma 33,82% dos votos e não pode mais ser superado pelo deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSDB) nem pelo senador Álvaro Dias (Podemos), que tentava ser reeleito para o cargo que ocupa, ininterruptamente, desde 1999.
Além de Martins e Dias, ficam pelo caminho Rosane Ferreira (PV), Orlando Pessuti (MDB), Aline Sleutjes (Pros), Desiree Salgado (PDT), Laerson Matias (PSOL), Roberto França (PCO) e Carlos Saboia (PMN).
Neste ano, a eleição renova apenas um terço do Senado, com 27 eleitos, um para cada unidade da Federação. Isso acontece porque os vencedores têm mandatos de oito anos. Em 2026, haverá a renovação de 66,6% das cadeiras, com a eleição de dois nomes por estado.
Com a renovação, Moro integrará, ao lado de Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, ambos do Podemos, a lista de parlamentares que representam o estado do Paraná no Senado Federal.
Trajetória
Natural da cidade de Maringá (PR), Sergio Fernando Moro ganhou notoriedade nacional como o principal nome da Operação Lava Jato, deflagrada em 2014. Como juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, ele julgou políticos, empresários e doleiros acusados de envolvimento em esquemas de corrupção.
No comando da operação, ele garantiu que jamais entraria para a política. Em 2018, abriu mão do cargo de magistrado e aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça e Segurança Pública.
A permanência do ex-juiz no Executivo durou pouco mais de um ano. Chegou ao fim depois que Bolsonaro exonerou o chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, braço-direito e homem de confiança de Moro.
Com a proximidade das eleições deste ano, o ex-juiz se filiou ao Podemos, sigla com a qual pretendia ser lançado pré-candidato a presidente da República. Para conquistar mais tempo de TV e verbas partidárias, ele migrou para o União Brasil. As disputas internas, no entanto, impediram a realização das pretensões de Moro, que precisou disputar a vaga para o Senado.