Veja quem são os oito presos em reunião de célula neonazista em SC

Segurança

Um dos presos já tinha condenação por crime contra vida contra judeus. Todos os oito presos respondem por racismo e associação criminosa.

No início da semana, oito pessoas foram presas durante uma reunião de uma célula neonazista em Santa Catarina. O g1 SC e a NSC tiveram acesso à lista completa de nomes dos investigados. Entre eles estão homens com antecedentes e condenação por crimes contra a vida, sendo quatro empresários.

A ação sigilosa da Polícia Civil ocorreu na segunda-feira (14) em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Com os presos foram encontradas revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas. Todos respondem por racismo e associação criminosa.

O g1 SC procura os advogados dos suspeitos, mas até a última atualização desta matéria não os localizou. Veja quem são os presos:

Laureano Vieira Toscani

Laureano Vieira Toscani — Foto: TV Globo/Reprodução

Laureano foi condenado por tentativa de homicídio após atacar um grupo de judeus em Porto Alegre, em 2005. Ele cumpria a pena pelo crime em liberdade e era monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele usava o equipamento no momento da prisão.

Além do crime, ele também é réu pela tentativa de homicídio de um segurança negro em 2009. O processo ainda está em andamento e não há condenação.

Saiuri Reolon

Saiuri Reolon — Foto: Divulgação

Saiuri Reolon é de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. O empresário do setor têxtil tem antecedentes criminais por lesão corporal, ameaça e homofobia.

João Guilherme Correa

João Guilherme Correa — Foto: Divulgação

João Guilherme Correa é personal trainer. Do Paraná, foi denunciado por duplo homicídio decorrente de uma disputa entre lideranças de células neonazistas na região metropolitana de Curitiba. O caso ainda não foi julgado.

Gustavo Humberto Byk

Gustavo Humberto Byk é de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, e atua como gerente. Ele tem passagem pela polícia por preconceito religioso.

Julio Cezar de Souza Flores Junior

Julio Cezar de Souza Flores Junior é vigilante. No Rio Grande do Sul tem passagens policiais por receptação e porte de arma de fogo.

Igor Alves Vilaca Padilha

Igor Alves Vilaca Padilha é mineiro e engenheiro. No nome dele tem registrada uma empresa prestadora de serviços contábeis.

Miguel Angelo Gaspar Pacheco

De Portugal, Miguel Angelo Gaspar Pacheco também é empresário com atuação em São José, na Grande Florianópolis.

Rafael Romann

Rafael Romann é catarinense é identificado como autônomo e tem uma empresa de comércio varejista registrada no Paraná.

Neonazismo x nazismo

A diferença entre nazismo e neonazismo está fundamentalmente na questão temporal, segundo especialistas, embora seja aplicada na consequência de um ao outro.

O neonazismo consiste em grupos que seguem e buscam resgatar as teorias pregadas por Hitler, aplicando nos dias atuais conceitos de superioridade por raça, discriminação de minorias e grupos específicos. Atitudes claramente e penalmente condenadas.

O neonazismo também passa pela negação e relativização de atos nazistas, como o Holocausto e a perseguição aos judeus.

É crime

A lei número 7.716/1989 define os crimes resultantes de preconceito. No parágrafo primeiro do artigo 20, ela aborda o nazismo.

Está escrito que é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

Já a lei número 7.716/1989 trata sobre racismo. O artigo 20 diz que “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime.

Os oito homens estavam em uma reunião anual de uma célula neonazista em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, nesta segunda-feira (14). De acordo com a polícia, que já monitorava o grupo, eles escolheram o município por ser a primeira colônia alemã em Santa Catarina, instalada em 1829.

Ao chegarem no sítio em que se reuniam, a polícia encontrou os oito homens. No local com eles foram apreendidos revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas.

Um dos detidos, ainda estava com munição e foi indiciado por porte ilegal. No local, a polícia também apreendeu os eletrônicos que estavam em poder do grupo e que vão ser periciados para apurar a extensão, outros envolvidos e ações.

De acordo com o Ministério Público, as investigações apontam que o grupo age com forte exaltação à ideologia fascista e apologia ao nazismo.

Entre os presos, havia o integrante de um grupo skinhead internacional, conhecido por ser intolerante e de extrema direita. A polícia não confirmou qual dos presos seria o integrante do grupo internacional.